O candidato da coligação “Santarém Cidadã” (Livre/BE) às eleições autárquicas defendeu hoje uma estratégia centrada na valorização da cultura, com propostas para a criação de um museu municipal, uma sala de espetáculos e a modernização da biblioteca pública.
“Santarém não tem uma sala que permita acolher espetáculos mais exigentes ou que possam viver da bilheteira. O Sá da Bandeira é pequeno e o CNEMA não tem condições técnicas para esse fim”, afirmou Pedro Mendonça, considerando que “uma cidade sem cultura é uma cidade que morre aos poucos”.
Salientando que Santarém é “provavelmente a única capital de distrito sem museu municipal”, Pedro Mendonça, que é o cabeça de lista da coligação que junta Livre e o BE às eleições autárquicas de dia 12, disse tratar-se de “um mau sinal”.
Por isso, defendeu, a Câmara deverá criar um museu municipal, que integre a história da cidade, desde os povos que por ali passaram — visigodos, árabes, judeus e cristãos — até à contemporaneidade, funcionando “como ponto de partida para roteiros temáticos, como o militar, religioso ou de natureza”.
Sobre a biblioteca municipal, Pedro Mendonça defendeu a necessidade de adaptação às exigências atuais, com “espaços de estudo adequados”, horários alargados e equipamentos modernos.
“A população e os alunos merecem um espaço que responda às suas necessidades. A biblioteca tem de ser pensada para servir toda a comunidade”, defendeu.
O candidato sublinhou também a importância do apoio ao movimento associativo cultural, nomeadamente às escolas de música, dança e teatro amador, que disse serem “essenciais para a educação artística” e para a qualidade de vida.
“A Câmara não está a fazer um favor ao apoiar estas associações. Está a investir na formação dos jovens e na atratividade do concelho”, afirmou.
Sobre a intenção do atual executivo requalificar o teatro Rosa Damasceno, Pedro Mendonça defendeu que o teatro deve ser como um espaço de criação e ensaio, ao serviço do movimento associativo, e não uma sala de espetáculos.
“Tem limitações físicas, mas pode ser um espaço de experimentação e formação artística”, referiu.
A visão cultural do candidato foi reforçada com uma homenagem a Carlos Oliveira (Chona), figura marcante do teatro escalabitano, conhecido como o “semeador de teatros”, que incluiu a plantação simbólica de uma “árvore da liberdade”.
“Chona foi um criador, um incentivador, uma referência. A cultura em Santarém existe porque há cidadãos que a fazem acontecer e ele foi um dos maiores exemplos disso”, afirmou Pedro Mendonça, recordando o papel do homenageado na fundação do FITIJ – Festival Internacional de Teatro e Artes para a Infância e Juventude e na dinamização do teatro local.
O executivo municipal de Santarém é atualmente composto por quatro eleitos do PSD e quatro do PS, num acordo de governação que distribui pelouros entre os dois partidos. O Chega tem um vereador.
Para as eleições de 12 de outubro, são candidatos à presidência da Câmara Municipal de Santarém o atual presidente da câmara, João Leite (Coligação PSD/CDS-PP), Pedro Ribeiro (PS), José Rui Raposo (CDU), Pedro Correia (Chega), Pedro Mendonça (coligação Livre/BE) e Rodrigue Devillet Lima (IL).