CDU contra investimento de dinheiro da Fundação José Relvas

20 Setembro 2024, 15:16 Não Por André Azevedo

A Câmara Municipal de Alpiarça vai investir cerca de dois milhões de euros na compra de 11 apartamentos nos concelhos de Almeirim e Santarém, com as verbas provenientes da venda do prédio na Avenida de Berna, em Lisboa, que integrava os legados patrimoniais da Fundação José Relvas.

A CDU de Alpiarça não ficou agradada com a aplicação do dinheiro dos legados da Fundação e emitiu um comunicado, na quinta-feira, 19 de setembro, em que deixa rasgadas críticas à gestão do executivo liderado pela socialista Sónia Sanfona.

Os comunistas acusam a autarca de estar a “contribuir para para a resolução do problema de falta de habitação e apostar no desenvolvimento económico (…) de Almeirim e Santarém”, em vez de investir as verbas na resolução destes mesmos problemas que também afetam o concelho de Alpiarça.

Segundo Sónia Sanfona explicou ao NS a 4 de setembro à margem de uma reunião do executivo, o investimento será feito nestes moldes uma vez que a verba resultante da venda do imóvel não pertence à Câmara, mas à Fundação José Relvas, funcionando a autarquia apenas como entidade gestora deste património.

A autarca justificou a venda do prédio por estar degradado e não haver forma de o rentabilizar sem um investimento chorudo para uma requalificação de fundo. Desta forma Município e Fundação optaram por utilizar a quantia proveniente dessa venda para adquirir os 11 apartamentos distribuídos por Almeirim e Santarém, de forma a rentabilizar o investimento. Pelo que a autarca explicou ao NS esse dinheiro irá reverter a favor da Fundação.

Relembre que, como o NS noticiou a 4 de setembro, o presidente da Fundação José Relvas e ex-autarca socialista, Joaquim Rosa do Céu, acusou a Câmara Municipal de reter fundos provenientes das rendas de outros prédios que integram os famigerados legados da Fundação.

Sónia Sanfona explicou ao NS que o dinheiro dessas rendas estava a ser investido em obras de requalificação e manutenção nesses prédios.

A mesma acusação foi feita à anterior gestão camarária da CDU, mas com um processo a avançar em tribunal e que condenou o município ao pagamento de cerca de 500 mil euros à fundação. O processo transitou em julgado já após a troca de executivo, acabando por ser já a gestão socialista a arcar com o pagamento da dívida.

Joaquim Rosa do Céu, em declarações ao NS, referiu ainda que nos mandatos da CDU o dinheiro devido á fundação não era sequer investido nesses prédios, mas aplicado noutras áreas do interesse do partido.

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