Casas de banho avariadas, infiltrações e frio na Escola Secundária dão dor de cabeça à Câmara de Coruche

1 Fevereiro 2023, 22:35 Não Por João Dinis

A degradação verificada no edifício da Escola Secundária de Coruche, com diversas casas de banho avariadas, infiltrações no Pavilhão Gimnodesportivo e em algumas salas de aula e o frio que se faz sentir por falta de condições das salas de aula e pela insuficiente potência do quadro elétrico têm sido nos últimos meses uma dor de cabeça à Câmara Municipal de Coruche, que não dá conta das solicitações do Agrupamento de Escolas.

O caso foi debatido esta quarta-feira, na reunião da Câmara Municipal de Coruche, depois do vereador Valter Jerónimo (CDU), ter questionado o executivo, se na assunção das competências da educação, ainda que estas não tenham incluído o edifício da Escola Secundária, tinha sido realizado um levantamento das condições do edificado.

A Vice-presidente da Câmara Municipal de Coruche, Fátima Galhardo (PS), que presidiu à reunião, confirmou a existência dos problemas na Escola Secundária de Coruche, que têm “sido acompanhados e socorridos” pela autarquia, ainda que esta reforce que o município não assumiu o edificado, estando em conversações com o Ministério da Educação para que este realize uma intervenção de fundo que permita solucionar definitivamente as patologias identificadas.

Ao NS Fátima Galhardo salienta que esta era uma situação “que a Câmara sabia que ia acontecer”, por terem conhecimento das fragilidades que a Escola Secundária possui, e que levou já a que a autarquia tenha realizado um conjunto de intervenções, destacando esta as obras efectuadas nos balneários e na porta de acesso. “Foi colocado parte do relvado sintético no campo de jogos, foi pavimentada a entrada da escola até à distribuição pelos blocos principais”, acrescenta, referindo que “ainda há pouco tempo houve uma intervenção num rebentamento de uma conduta de água num laboratório”, onde funcionários da autarquia estiveram “uma semana na escola a resolver essa situação.”

A autarca destaca ainda o apoio dado a um projecto iniciado pelo Agrupamento de Escolas, para todas as turmas do oitavo ano, que permite agora aos alunos alas “isentas de livros”, ”a Câmara Municipal instalou tudo electronicamente durante a interrupção lectiva do Verão para que esse projecto pudesse andar” disse.

Tudo o que tem a ver com situações que estão por resolver, quer ao nível das casas de banho ou de outras questões que foram abordadas ainda só não o fizemos porque ainda não conseguimos compatibilizar, porque as situações que têm acontecido na escola têm sido tantas”, lamenta vereadora com o pelouro da educação.

A autarca lamenta que tenha sido necessárias as competências da educação virem para o município, para a proximidade, para que fossem identificadas as debilidades da Escola Secundária: ”Foi preciso vir para a Câmara (as competências da educação) que agora já muita coisa não funciona”, afirma, lastimando que as soluções não tenham sido anteriormente exigidas ao Ministério da Educação e se tenha “vivido” da forma como as coisas estavam.

Fátima Galhardo esclarece ainda que mesmo que a autarquia pretende realizar uma intervenção profunda no edificado da Escola Secundária, não o pode fazer, pois o edifício não é administrativamente seu, “a propriedade do edifício tem de ser nossa”, frisa, anunciando que as verbas que o Ministério da Educação transferiu para o Município para as competências da educação, que dizem respeito ao pagamento de eletricidade, gás, água, materiais de desgaste e outros, já foram largamente ultrapassadas, tendo mesmo a autarquia que “rever esses valores com a senhora diretora do agrupamento, porque não chegava para a confeção dos alimentos”, estando no momento a autarquia a “colocar dinheiro na escola” para que esta continue a funcionar com normalidade.

Outra das intervenções que a autarquia realizou prende-se com a substituição de algum mobiliário das salas de aula, que estavam “impróprias para alguém lá se sentar”, tendo feito um refresh, com algumas que conseguiu reaproveitar da E.B. 2/3 Armando Lizardo, para onde adquiriu novo mobiliário.

Sobretudo nesta altura do ano, muitas são as queixas que chegam sobre o estado da climatização das salas de aula, que obrigam professores e alunos a estar com casacos e mesmo mantas ou cobertores que trazem de casa, para poder suportar o frio que se faz sentir, numa questão “que existe há décadas na escola secundária”, muito por culpa da falta de potência energética contratada para o estabelecimento de ensino.

Fátima Galhardo esclarece que “há uns anos nós comprámos para a E.B. 2/3 Armando Lizardo, vários aquecedores e foram todos arrumados porque diziam que a potência do quadro não suportava”, tendo a autarquia disponibilizado esses equipamentos para a Escola Secundária, onde se passa a mesma situação, pelo que o problema irá persistir até que o problema da potência energética esteja definitivamente solucionado.

A vereadora entende que os problemas na Escola Secundária não se resolvem com “paliativos” carecendo esta de “uma intervenção de fundo onde se possa ter um sistema, como o que tem o Centro Escolar de Coruche”.

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