Carne de Touro Bravo impulsiona economia de Coruche

7 Maio 2022, 18:37 Não Por João Dinis

A Praça de Touros de Coruche recebe até domingo a décima oitava edição do certame gastronómico “Sabores do Toiro Bravo”, onde vários restaurantes do concelho do Sorraia apresentam diversos pratos confeccionados com carne de touro bravo, num certame que é também bastante motivador para a economia local, pois além da restauração, também a hotelaria e comércio saem beneficiados com o certame promovido pela autarquia local.

Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche refere que este é “um certame único que acontece em Coruche e que tem um objectivo muito específico, que é promover, por um lado, esta gastronomia à base da carne do bravo, mas promover também aquilo que são os nossos produtos endógenos locais”, onde estão envolvidas “não só as associações de artesãos, mas também de um conjunto de outras áreas do associativismo que se juntam a estas iniciativas para nós podermos promover, quer a componente da restauração, quer a componente da cultura, quer a componente ligada com a tauromaquia, que também vai estar muito presente neste certame.”

Além do touro bravo, este certame tem também uma componente económica muito importante, “esta é uma aposta clara na mobilização económica dos agentes do nosso concelho”, salienta o autarca, que espera que “a exemplo dos anos anteriores, venham até Coruche entre 20 a 30 mil pessoas só num fim-de-semana”, o que são bons indicadores para que nós possamos esperar que este fim-de-semana de certame de touro bravo possa correr bem, não só para os restaurantes que estão, digamos, localizados aqui na praça de Touros, mas para toda a restauração do concelho, mas também para o alojamento local, para o comércio local e para um conjunto de actividades que estão associadas a este certame.”

Questionado se esta é também uma boa oportunidade, numa altura em que vários sectores da sociedade atacam a tauromaquia, para os ganadeiros e produtores obterem uma receita importante, Francisco Oliveira responde que “sim, até porque demonstra outra coisa também, que as nossas praças de touros, as nossas monumentais, são casas de cultura, casas de espectáculo, têm também um outro conjunto de potencialidades que podem ser exploradas, nomeadamente nesta componente que foi a utilização da nossa praça de touros para fazer um festival gastronómico.”

Além de servir excelentes pratos confeccionados com carne de touro bravo, este certame serve também para promover a carne, que vários talhos, nomeadamente de Coruche, vendem ao longo do ano. “Este certame, que se iniciou em 2004, de facto veio trazer aqui uma apetência para uma fileira associada à carne todo bravo que estava até aqui esquecida”, diz-nos, acrescentando que “Coruche nunca pode se dissociar da tauromaquia e, portanto, esta componente gastronómica tem também associada componentes tauromáquicas que têm a ver com o envolvimento da Associação de Forcados na demonstração das pegas do Grupo Forcados e, portanto, está intrinsecamente ligado àquilo que é a nossa cultura, as nossas tradições tauromáquicas, não só para a pega de caras no prato, mas para a pega verdadeiramente física dentro da arena da praça de touros.”

Depois da Capital Mundial da Cortiça, e com um certame que se realiza já há 18 anos consecutivos, Coruche é também a Capital da carne de touro bravo, um rótulo que o autarca não nega, e acrescenta mesmo, “de tudo aquilo que tem a ver com o Ribatejo, que tem a ver com o Vale do Sorraia, que tem a ver com o montado, com a nossa Lezíria”, produtos que o Município de Coruche ”gosta de promover e gostamos de identificar como sendo produtos únicos, no sentido de terem valor comercial, valor económico e é isso que nós fazemos.”

Apesar de nenhum representante de ganadarias, toureiros, ou associações do sector taurino, ter marcado presença no arranque do evento, Francisco Oliveira refere que “os ganadeiros, os empresários agrícolas, os toureiros vão aparecer para fazer a pega de caras no prato com certeza, porque claramente, com a utilização que nós fazemos da nossa Monumental de Coruche, inviabiliza, por exemplo, a realização de uma corrida”, destacando que “este ano, já que falamos em corridas, Coruche vai ter um conjunto de corridas”, algo que demonstra que “não há falta de afición, não há falta de empenho por parte dos empresários da praça naquilo que é a realização de eventos tauromáquicos.”

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