Carlos Coutinho considera decisão do PS “estratégia eleitoral”

4 Outubro 2024, 21:49 Não Por Lusa

O vereador eleito pelo Partido Socialista (PS) em Benavente, Joseph Azevedo, renunciou aos pelouros que lhe foram atribuídos em outubro de 2021, decisão que o presidente do município, Carlos Coutinho (eleito pela CDU), considera ser “estratégia eleitoral”.

Segundo o ‘site’ desta câmara do distrito de Santarém, Joseph Azevedo assumia as pastas da Cultura, Património Histórico, Juventude e Tempos Livres, Mobilidade, Espaços Verdes, Canil Municipal e Relações Internacionais.

A renúncia tem efeitos a partir de segunda-feira.

“Estamos em época pré-eleitoral e acho que esta decisão é uma estratégia eleitoral. Na nossa parte, tudo aquilo com que nós nos comprometemos fizemos. Durante os últimos três anos o vereador foi considerado um elemento da equipa e que connosco participou nas decisões que fomos tomando”, afirmou hoje à Lusa Carlos Coutinho, que nas eleições de 2021 perdeu a maioria absoluta (a CDU conseguiu três de sete mandatos).

O presidente da concelhia de Benavente do PS, Pedro Gameiro, referiu também hoje à Lusa que a decisão de renunciar aos pelouros é justificada pela falta de compromisso da liderança do executivo.

“Em 2021 foi celebrado um acordo com a CDU para assegurar a governabilidade do município. Independentemente dos pelouros atribuídos, nós, ao longo dos últimos anos, fizemos várias exigências, mas nem todas foram cumpridas. Chegamos à conclusão que havia falta de compromisso com o PS e decidimos acabar este acordo, que não estava escrito, mas no fundo havia um acordo”, explicou.

Num comunicado enviado na quinta-feira à comunicação social, os socialistas acusam a liderança camarária de não acompanhar o partido em várias “medidas cruciais”, entre elas “as obras exigidas nos Foros da Charneca e na Coutada Velha”, o controlo da rede da rega ou a ligação da ciclovia entre Benavente e Samora Correia.

O partido acusa os eleitos da CDU de não desenvolverem um bom trabalho na gestão das creches, onde a falta de vagas está a “deixar imensas famílias sem solução para deixar os seus filhos”, fazendo ainda referência a “projetos e regulamentos municipais atrasados”. 

O presidente da Câmara de Benavente disse que o comunicado se refere a pelouros que não pertenciam ao vereador, rejeitando as acusações de falta de compromisso.

“Trabalhamos sempre com toda a lealdade […]. Nós, de uma forma exemplar, cumprimos com o acordo que foi feito, que era um acordo verbal”, referiu. 

Carlos Coutinho considera ainda que neste caso o “poder local e as políticas de proximidade” foram relegadas para segundo plano e substituídos “por interesses pessoais e partidários”.

O presidente adiantou que os pelouros vão ser distribuídos pelos três vereadores da CDU.

A Câmara de Benavente tem três autarcas eleitos pela CDU (PCP/PEV), dois do PSD, um do PS e uma vereadora independente eleita pelo Chega. 

As próximas eleições autárquicas decorrem em 2025.

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