Caminho de Santiago que atravessa Vale do Sorraia certificado pelo Turismo e Cultura

15 Março 2021, 19:54 Não Por Redacção

A Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, e a Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, atribuíram esta segunda-feira, 15 de Março, a primeira certificação de um caminho cultural, dando resposta a uma candidatura liderada pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo – Ribatejo, que certifica o percurso do Caminho de Santiago, que liga o Algarve a Santiago de Compostela.

Este caminho percorre grande parte do Vale do Sorraia, nomeadamente os concelhos de Coruche, com passagem e paragem na Branca, Benavente, com paragem em Santo Estevão e passagem em Samora Correia e Salvaterra de Magos, com a sua paragem em Muge, seguindo até Santarém.

Este é a primeira concretização de um processo iniciado em 2019, com vista à certificação dos itinerários que constituem os Caminhos de Santiago em território nacional, e que visa a salvaguarda, valorização e promoção do Caminho Português de Santiago. Para o efeito, foi criado um órgão de coordenação de âmbito nacional, a Comissão de Certificação, composta por quatro membros, com competências técnicas na área da cultura ou do turismo, que é responsável pela análise das candidaturas, e um Conselho Consultivo, onde se encontram representadas as áreas da Administração Pública central e regional com relevância neste processo, para além do representante da Igreja Católica e das Associações de Peregrinos.

Com esta certificação reconhece-se o cumprimento de um conjunto de critérios que visam garantir, entre outros, a autenticidade do itinerário, o seu caráter ininterrupto no território e no tempo, uma gestão responsável e de valorização da oferta, uma maior segurança, conforto e melhor experiência do peregrino, promovendo-se também a ligação às comunidades locais e a testemunhos de interesse.  

O Caminho Português de Santiago Central – Alentejo e Ribatejo tem uma extensão de 435 quilómetros, está dividido em 19 etapas e atravessa 16 municípios. O processo de certificação, dinamizado pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo em parceria com os respetivos municípios, integra um Plano de Gestão do itinerário, onde se prevê um conjunto de ações de valorização, a executar nos próximos três anos.

Estão também em curso, ainda que em diferentes estados de desenvolvimento, processos de certificação de outros itinerários, os quais, a concluírem-se com sucesso, brevemente irão reforçar a rede de itinerários do Caminho de Santiago em Portugal, de Sul a Norte do país.

A valorização e projeção do Caminho Português de Santiago reveste-se de particular importância para a Direção-Geral do Património Cultural e para o Turismo de Portugal. Por um lado, este processo permite preservar, proteger e dar a conhecer um itinerário que reflete séculos de história e de património cultural nacional. Por outro lado, enquadra-se também no âmbito da Estratégia de Turismo 2027, que visa a consolidação da notoriedade de Portugal como destino de turismo religioso, associado à afirmação de valores culturais e naturais diferenciadores dos territórios, à dinamização da atividade dos agentes turísticos e, neste caso em particular, à cooperação transfronteiriça.

Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, salienta que “com a retoma da atividade turística, espera-se uma progressiva normalização na fruição dos itinerários de peregrinação, movimento este que tem particular impacto nos territórios de baixa densidade e na atenuação da sazonalidade turística”.

ASecretária de Estado Adjunta e do Património Cultura, Ângela Ferreiradestaca que esta primeira certificação de um Caminho Português de Santiago é um passo fundamental na preservação e divulgação deste itinerário único do património cultural europeu, manifestação histórica de um direito inalienável à comunicação e lugar por excelência para promoção do encontro de culturas e do entendimento comum”.

A recente decisão do Ano Santo Jacobeu (2021) de prolongar-se durante todo o ano de 2022, devido às circunstâncias provocadas pela pandemia, assim como a esperada certificação de outros itinerários ao longo deste ano, serão oportunidades para a dinamização e promoção do Caminho de Santiago em Portugal e um fator de atratividade do país e dos territórios que atravessa.


Redacção com Agência Lusa

________________

_____________________

_____________________