Câmara de Salvaterra sensibilizou população para os perigos da Vespa Asiática

8 Outubro 2019, 9:18 Não Por João Dinis

A Casa de Cultura de Marinhais, recebeu na tarde de segunda-feira, 7 de Outubro, uma acção de sensibilização para a Vespa Velutina (Asiática), e as suas acções de combate e remoção de ninhos, bem como elucidou os presentes para a necessidade das precauções e do risco para a saúde pública.

Além do Presidente do Município de Salvaterra de Magos, que ao encerrar a sessão deixou um apelo à população para que caso suspeite da presença da vespa asiática alerte de imediato as autoridades e não proceda à remoção do ninho por sua conta e risco, o que poderia colocar em risco a sua integridade física, foram ainda oradores, Rogério Louro e Sofia Quintans, da Direcção Geral de Alimentação e Veterinária, Patrícia Campos do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e Joana Correia, médica do Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria.

Rogério Louro iniciou a conferência enquadrando os presentes na realidade da vespa velutina na Europa, onde os primeiros avistamentos ocorreram em 2004, depois da chegada de um carregamento de louça chinesa na cidade de Bordéus, França, vindo depois a ser avistada em 2011 em Portugal, na cidade de Viana do Castelo.

A vespa asiática, apesar de ser uma espécie que veio de um clima bastante diferente do europeu, tem-se adaptado e desenvolvido em Portugal, existindo no momento avistamentos de norte a sul do país, o que preocupa as autoridades, pois por esta ser uma espécie predadora, acaba por ser um perigo para a actividade apícola, bem como para a agricultura, por destruir alguns dos insectos que auxiliam a actividade, bem como para o ser humano, afectando a sua segurança.

Patrícia Campos do Instituto da Conservação da Natureza (ICNF), elucidou os presentes sobre os avistamentos registados nos últimos anos, sendo que este ano já foram assinalados 5665 avistamentos de ninhos, sendo a sua maior concentração nos distritos a norte do país, havendo também um número já significativo nos distritos de Leiria e Santarém, facto que levou o ICNF a colocar estes dois distritos como propensos à existência de vespa asiática.

Apesar de todo o alarme criado em torno da vespa velutina, a picada desta não é mais mortífera que a de uma vespa das espécies comuns, ou mesmo de uma abelha, dependendo isso da capacidade de resistência de cada ser humano e das reacções alérgicas que venha a desencadear, salientou a Dra. Joana Correia, que referiu ainda que esta espécie não transmite doenças.

A Dra. Joana Correia, elucidou que as mortes que têm sido observadas surgem pelas reacções alérgicas provocadas após as picadas, o que poderia vir a acontecer com uma picada de uma vespa comum, mas que ainda assim, e por ser uma espécie que ataca em grupo, os seus ataques serão de maior dimensão, o que é de evitar.

Por esta altura ser a época de criação é talvez a altura do ano mais propicia ao aparecimento da vespa velutina, e propicia aos ataques do insecto, o que faz com que todo tenhamos que ter uma atenção redobrada, sobretudo estar mais atento a identificar a espécie, que se caracteriza por ter o dorso da cabeça e tórax negro, asas cor fumada, patas amarelas no seu extremo e ter entre 3 a 4 centímetros de comprimento.

A DGAV tem neste momento um plano de acção coordenado com várias entidades, de modo a que a actuação para a remoção dos ninhos e colocação de armadilhas seja célere, de modo a que se possa tentar controlar a espécie e sobretudo proteger a população, culturas e a actividade apícola, salientou Sofia Quintans.

Esta acção serviu sobretudo para alertar a população de Salvaterra de Magos, onde nas últimas semanas se têm registado um maior número de avistamentos de vespa asiática, para que estes possam identificar a espécie, e sobretudo estar em alerta, para que em caso de avistamento deverão antes de mais, fazer o aviso às autoridades competentes, nomeadamente as Juntas de Freguesia, Guarda Nacional Republicana e Câmara Municipal de Salvaterra de Magos, ou através do portal SOS Vespa, em www.sosvespa.pt, ou pelo telefone da Linha SOS Ambiente, 808 200 520.

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