Azervadinha espera há mais de 20 anos que IP troque empedrado por alcatrão
9 Outubro 2023, 8:39“Presidente estamos fartos!..”, foi assim que Domingos Maia, Fernando Cordeiro e Joaquim Cecílio, três residentes na Azervadinha, Coruche, se dirigiram ao Presidente da Câmara Municipal de Coruche, Francisco Oliveira, na última reunião de câmara, onde vieram, uma vez mais, solicitar o apoio do município para a sua “luta” que leva já mais de 20 anos, para a remoção do pavimento empedrado na travessia da localidade, por betuminoso.
Domingos Maia lamentou que se tenham passado muitos anos, muitos e-mails e reuniões e que os 800 metros de empedrado continuem por substituir, apesar das várias intervenções realizadas na Estrada Nacional 251, no troço entre Coruche e o Couço, a última há cerca de um mês.
Apesar da Infraestruturas de Portugal (IP) reconhecer que a obra é prioritária no distrito de Santarém, “a verdade é que estamos embutidos no deixa andar”, lamentou Domingos Maia, que pediu à autarquia que se possa “ir mais além”, “temos que ir para o Ministro e tem que ser a Câmara”, disse.
“É com tristeza que reconheço que andamos nesta luta há tempo de mais e andamos a ser enganados nos compromissos que assumem connosco”, lamentou Francisco Oliveira, que reconheceu que o estado em que se encontra a travessia da localidade afeta não só os automobilistas, mas sobretudo os habitantes, que além do barulho ensurdecedor vêm também as suas habitações degradadas fruto das vibrações provocadas pela passagem dos veículos pesados.
O autarca, dando o exemplo da intervenção que o Município de Coruche irá realizar na Avenida Luís de Camões, não entende como a IP não disponibiliza cerca de 200 mil euros para efetuar as obras, que resolveriam o problema das cerca de 200 pessoas que ali habitam.
No local os três residentes, que nos últimos anos têm encabeçado a “luta” da população contra o abandono da Infraestruturas de Portugal, criticam não só o estado em que se encontra o empedrado, a criar buracos, que com as primeiras chuvas se tornam verdadeiras crateras, como a forma como estes vão sendo tapados, com uma massa que deixa depois verdadeiras lombas no pavimento.
Em 2010 foi realizado um abaixo-assinado, que contou com a assinatura dos cerca de 200 residentes na Azervadinha, mas nem isso foi suficiente para sensibilizar as entidades.
Milhares de camiões cruzam a localidade
Os 800 metros de empedrado da EN251 da Azervadinha são diariamente atravessados por milhares de camiões, que utilizam a via para rumar a Espanha ou ao Alentejo via Mora.
A estes veículos pesados, cuja travessia nos últimos anos têm danificado inúmeras casas e tornam a vivência nas habitações um tormento, somam-se outros milhares de viaturas agrícolas e ligeiras.
Infraestruturas de Portugal em silêncio
O NS questionou a IP sobre a urgência e pertinência da obra, e mesmo se permitiria a realização da intervenção por parte do Município de Coruche, mas até ao fecho da reportagem não obtivemos qualquer resposta, para além do recibo de leitura do e-mail.