Autarcas da Lezíria desiludidos após a reunião com Ministro da Saúde que não trouxe nenhuma proposta

8 Março 2023, 9:21 Não Por João Dinis

Os autarcas da Lezíria reuniram na última noite com o Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, na sede da Comunidade Intermunicipal, em Santarém, e o clima à saída foi de desilusão pela não apresentação de qualquer proposta por parte do governante.

Ricardo Gonçalves, Presidente da Câmara Municipal de Santarém lamentou que apenas se tenha falado de problemas “já conhecidos” e que não se tenha apresentado qualquer solução, sobretudo a falta de médicos no Hospital Distrital de Santarém e de médicos de família nos Centros de Saúde.

Pedro Ribeiro, Presidente da Câmara Municipal de Almeirim e da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo colocou agora a esperança na nova reunião agendada para maio, esperando que nessa altura possam já existir algumas soluções para as “preocupações que levou”.

Os autarcas apresentaram dois tipos de preocupações, por um lado, relativos aos cuidados de saúde primários, devido à falta de médicos de família, e, por outro, quanto à falta de especialistas no Hospital Distrital de Santarém, sobretudo em medicina interna e ortopedia, situações que “impactam” na resposta às populações.

Para Pedro Ribeiro  criação da anunciada Unidade Local de Saúde na Lezíria está a levantar algumas dúvidas, sobretudo pela sua eficácia, estando no entanto disponíveis “para ser ‘convencidos’ e criar condições, porque tudo aquilo que sejam condições para melhorar a resposta, para nós é importante”, disse, reafirmando a disponibilidade dos autarcas para “ser parte dessa solução”.

Pedro Ribeiro afirmou que, na área da Lezíria, as situações divergem de concelho para concelho, havendo situações de cobertura total de médicos de família e outros em que apenas 10% da população tem médico atribuído.

Segundo o autarca de Almeirim, tendo em conta as diferentes situações apresentadas, Manuel Pizarro adiantou algumas propostas que serão agora discutidas com a Administração Regional de Saúde e com o direção executiva do Serviço Nacional de Saúde, esperando que na reunião de maio seja feita uma avaliação entre o que foi esta terça-feira levantado “e o que está resolvido”.

Ricardo Gonçalves insistiu que esperava ouvir o ministro da Saúde dizer, “por exemplo, quando é que arranja médicos anestesistas“, já que o Hospital Distrital de Santarém “devia ter 20 e tem oito”, na medicina interna, tem 19 médicos e devia ter 40, e, em ortopedia, devia ter 14 e tem cinco, havendo falta de profissionais em várias outras especialidades.

Para Ricardo Gonçalves, não é aceitável “que se queira fazer uma normalização” das escalas das Urgências, pois criam-se dificuldades aos outros hospitais e aos bombeiros, que têm de fazer mais quilómetros para desviarem os doentes.


Com Agência Lusa

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