Atração de Nómadas Digitais para a Lezíria pode melhorar de rede digital

A atração dos Nómadas Digitais que estão a sair de Lisboa para os concelhos da Lezíria e Alentejo pode ser o impulso que as regiões necessitam para ver melhorada a sua rede digital, foi uma das conclusões retiradas da sessão promovida pela Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, em Coruche.

Presentes estiveram três autarcas da Lezíria e Alentejo, Francisco Oliveira (Coruche), Sónia Sanfona (Alpiarça) e João Grilo (Alandroal), que reconheceram que a qualidade da rede digital que serve os seus territórios pode ser um grande entrave à atração destes novos “trabalhadores em rotatividade”, mas pode ser também uma grande oportunidade para a melhoria da rede nos territórios da Lezíria e Alentejo.

Um Nómada Digital não é mais que um trabalhador remoto que aproveita a oportunidade liberdade dada pelas empresas para trabalhar em qualquer lugar, viajando constantemente e criando verdadeiras comunidades, enriquecendo os locais por onde passam.

Os três autarcas reconhecem que as regiões possuem excelentes condições naturais, e que a chegada de Nómadas Digitais poderia ser também um impulso importante para a criação de novas e inovadoras unidades hoteleiras, mas “há que trabalhar em conjunto, com a Comunidade Intermunicipal e avaliar as realidades de cada município”, destacou Sónia Sanfona.

No entendimento de João Grilo o maior desafio proposto por estas comunidades é o de “perceber como podemos fazer crescem a região, sem desvirtuar o que somos”, defendendo a modernização, mas sem perder o foco nos locais, que são o motor maior do Alentejo.

Gonçalo Hall foi um dos dinamizadores do Comunidade Nómada Digital na Madeira e levou a Coruche o exemplo desenvolvido na Madeira, onde foi criada uma verdadeira “revolução digital”, com nómadas de todo o mundo a estarem plenamente integrados na comunidade local, e a realizarem até trabalho em prol da comunidade, deixando também importantes quantias de investimento.

Atualmente a saírem de Lisboa, onde a cidade deixou de ser atrativa para os Nómadas Digitais, por o turismo tem transformado Lisboa numa cidade “menos boa” para se viver, o interior está agora a ser encarado como uma excelente oportunidade para que os Nómadas Digitais possam viver e trabalhar.

Gonçalo Hall, que é também responsável por uma associação de Nómadas Digitais, considera que a região tem todo o potencial para acolher centenas de trabalhadores remotos, que além de se radicarem temporariamente são também uma mais-valia para a economia e trazem potencial e know-how em novas tecnologias.

Atualmente os municípios estão a disponibilizar espaços de coworking, que podem vir a ser adaptados às necessidades dos Nómadas, podendo também colmatar as necessidades de alojamento existentes, sobretudo na Lezíria.

Esta sessão foi uma primeira abordagem ao tema, promovido pela Entidade de Turismo do Alentejo e Ribatejo que considera que a Lezíria e o Alentejo tem todas as condições para receber Nómadas Digitais.