Armazém em Santana do Mato escondeu mais de 2.5 Milhões de euros de tabaco ilegal

20 Fevereiro 2023, 10:51 Não Por João Dinis

Um armazém junto à Estrada Nacional 114, em Santana do Mato, Coruche, serviu durante quase um ano de base a um grupo que se dedicava ao fabrico e transporte de tabaco ilegal, sobretudo para a Europa de leste.

O julgamento do grupo, composto por três moldavos e um lituano, suspeitos de colaborarem em Portugal com uma rede internacional de contrabando de tabaco, começou na passada semana, e de acordo com a Rede Regional, que teve acesso ao processo, os homens com idades, na altura, entre os 48 e 56 anos, tinham montado no armazém uma fábrica de tabaco, onde recebiam, armazenavam e secavam folha de tabaco vinda do estrangeiro, e a transformavam em cigarros de corte fino, entre agosto de 2018 e fevereiro de 2019.

Após o processo de fabrico, o tabaco era transportado em veículos pesados de mercadorias, cuja documentação era também falsificada e adulterada.

A atividade do grupo chegou ao conhecimento da GNR através da Interpol, depois de em Agosto de 2018 ter detetado um pesado com tabaco na fronteira entre a Lituânia e a Estónia, com destino a Portugal.

O processo foi posteriormente entregue ao Comando da GNR de Évora, que investigou o caso durante vários meses, até conseguir apreender um camião na Autoestrada 6, em Elvas, carregado com 77 caixas com quase 12 toneladas de tabaco de corte fino, o que equivale a uma fuga fiscal a rondar os 2,5 milhões de euros, entre IVA e Imposto Especial de Consumo (IEC) na Europa, que tinha como destino a Estónia.

O Ministério Público acusa os quatro arguidos e a empresa de transportes, que era a proprietário do armazém em Santana do Mato, com sede no Cacém, de um crime de introdução fraudulenta no consumo qualificado e outro de fraude fiscal qualificada.
O suspeito de ser o cabecilha do grupo, que em outubro de 2018 foi apanhado em Itália a transportar 9 toneladas de tabaco ilegal, responde ainda por um crime de falsificação de documento.

Segundo a Rede Regional, na primeira sessão do julgamento, apenas estiveram presentes os três moldavos, uma vez que o camionista lituano saiu de Portugal poucos dias depois de ser intercetado com o carregamento ilegal, e pediu para ser julgado à revelia.

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