Árbitro afegão reiniciou em Santarém sonho de ser profissional

16 Julho 2023, 9:51 Não Por Lusa

mais talentosos da continente asiático.

Selecionado para integrar a academia durante dois anos, no final de 2018 foi um dos dez árbitros que concluiu o curso. Um ano depois tornava-se árbitro FIFA.

Em 2021, a vida de Halim Shirzad mudou repentinamente, quando decidiu abandonar o Afeganistão.

“Não tinha necessidade de sair, tinha a vida estabilizada. O povo perdeu a esperança. A minha mulher já trabalhava, voltou a haver privação dos direitos das mulheres. Tenho um filho pequeno (Yosuf) e por eles, por temer pelo futuro deles, decidi sair”, lamentou.

Esteve para se fixar no Canadá, mas a oportunidade de se refugiar em Portugal surgiu com a deslocação da seleção afegã de futebol feminino de sub-14 ao nosso país.

A esposa (Shabana) trabalhava para a AFF (Federação de Futebol do Afeganistão) e decidiram ficar em Portugal, juntamente com duas dezenas de famílias afegãs.

Os primeiros tempos em Portugal não foram nada fáceis. Teve de arranjar trabalho para sustentar a família, mas manteve sempre a esperança de um dia poder continuar a carreira de árbitro fora do país de origem.

Atualmente a vida de Halim em Portugal começa bem cedo. Treina duas horas de manhã, entre corrida e ginásio, e à tarde trabalha numa instituição bancária.

Em casa a alimentação é tradicionalmente afegã, mas o jovem árbitro de 31 anos diz-se fã de bacalhau à brás.

Ainda não teve tempo para descobrir Portugal, e afirma que o maior problema, para já, é entender a língua de Camões.

“Sinto-me mais pressionado do que os árbitros portugueses. Dentro e fora do campo todos falam muito rápido e eu só falo inglês (risos)”, explicou.

Algo que espera superar com a maior brevidade possível. “Vou aprender rapidamente português”, admitiu com um sorriso de orelha a orelha no final da entrevista

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