Apesar do chumbo das contas CDU e PS mantêm solução governativa “para servir os interesses da população”

4 Maio 2022, 9:01 Não Por João Dinis

Depois de na passada semana a CDU ter visto o PS unir-se ao PSD, Chega e Independentes para chumbarem as contas do exercício de 2021 da Câmara Municipal de Benavente, ambos os partidos mantêm a união no executivo “para servir os interesses da população”.

Carlos Coutinho (CDU), Presidente da Câmara Municipal de Benavente em declarações ao NS, começa por referir que “nós não temos nenhum acordo escrito e desde a primeira hora o que procuramos foi criar uma solução governativa que sirva os interesses da nossa população”.
O autarca demonstra-se surpreendido pela votação do PS na Assembleia Municipal, depois de em reunião de Câmara o vereador socialista Joseph Azevedo ter viabilizado a aprovação das contas, “na Assembleia Municipal houve por parte dos eleitos do Partido Socialista, uma votação relativamente à prestação de contas do ano 2021, que foi negativa e que levou a que as contas não tivessem sido aprovadas do ponto de vista da sua votação”, o que em termos práticos em nada interfere no desenvolvimento do trabalho do município, uma vez que “as contas estão auditadas, estão certificadas e seguiram para as entidades competentes”, mas foi algo que surpreendeu os eleitos da CDU pois “não nos foi transmitido absolutamente nada, uma vez que o que tinha sido anteriormente referido é que se viabilizava na Assembleia aquilo que eram as posições do vereador e que seriam, digamos nessa condição, que o sentido de voto da Assembleia seria preparado com o vereador ao longo do mandato”.

Carlos Coutinho refere que também a justificação para o voto contra dado pelos eleitos socialistas o surpreendeu, da baixa execução orçamental, pois ”estamos a falar de um período extremamente difícil, com a pandemia, de incapacidade por parte das empresas, de darem resposta e toda a gente sabe disso”, “nós tivemos uma taxa de execução da receita de cerca de 90% e na despesa foi cerca de 67 a 68%, sendo que é um valor que para nós não nos satisfaz, mas que é perfeitamente justificado”, refere.

Apesar desta votação contrária do PS, “não há aqui consequências”, pelo que se manterá o entendimento entre ambos os partidos, “eu direi que nem a CDU nem o Partido Socialista no município estão amarrados a nada e portanto as suas posições são sempre livres”, pelo que “devem ser ponderadas de acordo com aquilo que foi a convergência que definimos, mas qualquer posição não estamos naquilo que é a nossa liberdade de actuação, condicionados por nada que não seja obviamente este princípio de fazermos o melhor em prol da nossa população.”

“De qualquer das formas, a única coisa que estranhamos foi na Câmara Municipal a votação do vereador foi favorável e depois na Assembleia nós fomos surpreendidos com um voto contra, com uma justificação que eu creio que também não entendemos”, diz Carlos Coutinho, que volta a salientar não perceber o não entendimento da situação vivida pela autarquia com a pandemia que não permitiu a realização de uma série de investimentos, pelos condicionalismos impostos na economia do país.

Questionado se após o chumbo na Assembleia Municipal, a CDU procurou explicações junto do PS para a decisão de irem contra o voto do eleito no executivo municipal, Carlos Coutinho diz-nos que “temos falado com o vereador e até agora o nosso entendimento tem sido positivo”, “ainda não tivemos a oportunidade de falar sobre esta matéria, mas queria também de desdramatizar esta situação, porque ela em si não teve consequências”, ainda que “não deixe de ser, do ponto de vista político, como um sinal, mas creio que de acordo com o que tivemos oportunidade de falar com o vereador, não há aqui nenhuma situação e se mantêm os princípios que estiveram subjacentes a esta nossa convergência”.

“Como já expliquei aqui ninguém está amarrado a absolutamente nada e procuraremos obviamente fazer o melhor em prol dos interesses da nossa população e levando por diante este presente mandato que como já tive a oportunidade de dizer, é de grande expectativa relativamente às questões que têm a ver com o desenvolvimento do município”, acrescenta Carlos Coutinho, que conclui com a esperança “que esta situação de instabilidade, provocada primeiro pela pandemia e agora pela guerra, não venham aqui criar algumas dificuldades à concretização de um conjunto de investimentos que creio que serão muitíssimo importantes para o futuro do nosso município”.

Também em sede de reunião de câmara, em que participou por vídeo-conferência, o vereador socialista Joseph Azevedo desdramatizou a situação, afirmando que “o acordo PS-CDU se mantém forte”, ainda que sejam naturais as “divergências políticas”, disse em resposta à vereadora social-democrata, Sónia Ferreira, que lançou o tema a discussão na reunião.

“Estou para contribuir com o melhor que posso para podermos trabalhar em prol do território, é essa a minha postura” afirmou Joseph Azevedo, concluindo que “o acordo está para se manter e tudo faremos em prol do território e das suas gentes”.

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