Ambulâncias retidas na urgência hospitalar de Vila Franca de Xira à espera das macas
20 Janeiro 2025, 19:08Pelo menos seis ambulâncias estavam pelas 16:40 retidas na urgência do Hospital de Vila Franca de Xira à espera das macas e as corporações de bombeiros temem ficar sem meios disponíveis para garantir o socorro à população.
Segundo disse hoje uma fonte dos bombeiros à Lusa, estavam retidas no local ambulâncias de várias corporações de bombeiros dos concelhos de Vila Franca de Xira, Alenquer e Arruda dos Vinhos, todos no distrito de Lisboa.
Fonte oficial da Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo, que gere o hospital de Vila Franca de Xira, confirmou existirem seis ambulâncias paradas naquela urgência por volta dessa hora.
“Houve um pico momentâneo de afluência e estamos a envidar todos os esforços para resolver o problema o mais rapidamente possível”, justificou, sustentando que as 140 macas do hospital estão todas ocupadas.
“Temos uma ambulância lá há hora e meia”, confirmou à Lusa o comandante dos bombeiros de Arruda dos Vinhos, Pedro Pereira, pelas 17:12.
Nessa altura, a corporação estava sem ambulâncias de socorro disponíveis, uma vez que as outras duas foram acionadas para diferentes serviços, disse.
“Está a tornar-se insuportável termos ambulâncias retidas porque o nosso corpo de bombeiros pode não conseguir assegurar o socorro à população”, alertou.
O comandante dos bombeiros de Alenquer, Daniel Ribeiro, afirmou que, durante a tarde, teve três ambulâncias retiras das 14:39 às 17:20, das 15:30 às 17:15 e das 16:45 às 17:35, respetivamente, tendo chegado ao ponto de “não ter ambulâncias no quartel” em alguns períodos da tarde.
“Estando as ambulâncias lá paradas, o serviço, em vez de demorar uma hora, pode demorar três ou quatro e não só não temos macas para substituir, como também é muito complicado gerir os veículos e os meios humanos”, sustentou.
Para o responsável, a retenção das ambulâncias “compromete o socorro” quando a corporação tem três ambulâncias avariadas e oito a trabalhar.
Nuno Santos, comandante dos bombeiros da Merceana, do concelho de Alenquer, confirmou que teve uma ambulância parada na urgência por falta de maca entre as 14:00 e as 17:00, altura em que o veículo de socorro regressou ao quartel.
A corporação admitiu ter mais dificuldades em gerir os meios de socorro porque “está mais distante do hospital e tudo se agrava quando fica duas, três ou quatro horas sem uma ambulância”.
Com quatro ambulâncias de socorro e correndo o risco de ficar sem meios de socorro disponíveis, o comandante reconheceu que a situação “causa constrangimentos e pode comprometer o socorro à população”.
“Podemos ter mais meios humanos, mas, não havendo ambulâncias, não conseguimos dar resposta porque, com a maca retida, a ambulância fica inoperacional”, sublinhou.
Os tempos médios de espera na urgência geral de Vila Franca de Xira são de quatro minutos para doentes muito urgentes, 01:47 horas para urgentes, 01:56 para menos urgentes e 04:24 para não urgentes, segundo a página do Serviço Nacional de Saúde às 18:00.
Os doentes da urgência ginecológica e obstétrica têm entrada imediata, enquanto os da urgência pediátrica esperam quatro minutos, no caso dos muito urgentes, 49 minutos para os urgentes e 02:28 para os menos urgentes.