Águas do Ribatejo apela ao uso racional da água

7 Julho 2022, 8:38 Não Por João Dinis

A Águas do Ribatejo apela aos consumidores que façam um consumo racional da água, devendo abster-se de realizar actividades que desperdicem água da rede pública, cujo destino prioritário é o consumo humano.

Francisco Oliveira, Presidente do Conselho de Administração da Águas do Ribatejo, refere que com o actual momento vivido, com a seca extrema que assola o nosso país, esta é “uma preocupação”. “Os aquíferos estão naquilo que são os seus limites para o abastecimento de água neste período do Verão”, salienta, referindo que o que “pedimos às populações é para que sejam conscientes no consumo de água da rede pública, ou seja, a água para consumo humano, esse é efectivamente o destino da água que é disponibilizada na rede pública, o consumo humano”, apelando a que a “água seja utilizada de forma eficiente e que não seja desperdiçada em regas de áreas verdes ou zonas ajardinadas ou outros, ou até na lavagem de arruamentos públicos onde podem ser utilizadas outros tipos de água”.

O também Presidente da Câmara Municipal de Coruche dá mesmo o exemplo da autarquia a que preside, onde para a rega e lavagens de ruas é utilizada a proveniente da lavagem dos filtros das piscinas municipais, o que permite não só poupar um significativo número de litros de água, como também dar uma reutilização à água das piscinas. “Em termos de água da rede pública só em utilizações muito residuais ou pontuas utilizados água da rede pública”, salienta.

Actualmente a Águas do Ribatejo tem capacidade de armazenamento para 48 horas, precavendo assim eventuais problemas que possam ocorrer na distribuição da água, como a falência de um sistema de bombagem ou outro problema no sistema de abastecimento de água, considerando o Presidente da entidade que “estamos precavidos para circunstâncias desse género”, depois de a empresa ter realizado nos últimos anos um investimento considerável “na ampliação da capacidade de armazenagem”.

Neste momento a empresa está a interligar os sistemas de distribuição de água, com o objectivo de aumentar a capacidade de armazenamento, bem como dar “maior capacidade de resposta em relação a situações que possam ocorrer com a falência de alguns sistemas”.

Sobre o futuro, e numa perspectiva mais alargada, Francisco Oliveira refere que “sempre que fazemos captações novas, elas têm que ir a maior profundidade, 250, 300 ou 350 metros”, o que revela que “os níveis dos lençóis freáticos, ainda que nós estejamos no maior lençol freático, que é o lençol freático do Tejo, aquilo que percebemos é que, especialmente durante o período do Verão, as nossas captações vão também por aí abaixo, até porque no período verão também as outras captações e os furos para a rega  da agricultura, e em alguns casos, eles nem deviam existir, por exemplo nas questões que têm a ver com o Vale do Sorraia, ou as questões que são, digamos que em proximidade com outras fontes de abastecimento de água, acabam por também competir, digamos assim, contra o que são os furos de captação das Águas do Ribatejo.”

O Presidente das Águas do Ribatejo deixou um último apelo de que é importante “termos a consciência ambiental e não colocarmos em causa aquilo que são estes recursos naturais tão importantes para o ser humano”, neste caso a água.

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