Agentes de seguros de Coruche condenados por burlarem clientes

Os dois irmãos de Coruche, que estavam acusados pelo Ministério Público dos crimes de burla qualificada, falsificação de documento e abuso de confiança agravado, foram esta sexta-feira condenados a três anos e 10 meses de prisão, em cúmulo jurídico e com pena suspensa.

O esquema passava pelos agentes de seguros, que tinham escritório num ponto central da vila de Coruche, cobrarem os valores aos seus clientes, emitirem um documento de quitação, mas depois anularem o seguro e não entregarem o dinheiro às seguradoras envolvidas, nomeadamente Generali Seguros, Victoria Seguros e Fidelidade, que são agora lesadas no processo, bem como cerca de 30 pessoas.

Segundo a Rede Regional, que assistiu à leitura do acórdão o Tribunal de Santarém considerou os arguidos, culpados dos crimes de burla qualificada e falsificação de documento, mas optou por aplicar-lhes uma pena reduzida tendo em conta a sua “postura de seriedade” ao confessar os factos e ressarcir quase na totalidade as seguradoras e os lesados.

De acordo com o jornal, a Juiz Presidente do coletivo considerou este processo “atípico”, explicando que “o tribunal percebeu que os crimes foram cometidos numa altura em que ambos atravessavam problemas pessoais, que se refletiram na gestão da empresa”, e elogiou os mediadores por terem “assumido a gravidade das suas condutas e a reparação dos danos”.

Uma vez que os arguidos já devolveram a quase totalidade do dinheiro às seguradoras e aos lesados, os arguidos não ficam “privados da liberdade” porque “tiveram o comportamento que se espera de qualquer pessoa que comete crimes, mas assume os seus erros e enceta por um caminho de trabalho e seriedade”, salientou a juiz presidente.