‘A Bienal pode não fazer tudo, mas fez um bocadinho para que o Bairro Novo possa ter nova vida…’ salienta Presidente da Câmara Municipal de Coruche fazendo o balanço da edição 2019 da Bienal de Artes Plásticas

15 Outubro 2019, 10:44 Não Por João Dinis

Terminou este domingo, 13 de Outubro, a edição 2019 da Bienal de Artes Plásticas de Coruche, que teve no Bairro Novo o seu epicentro, e o ponto onde se concentraram as instalações artísticas presentes, que levaram centenas de pessoas a visitar e conhecer um dos mais típicos bairros de Coruche.

Francisco Oliveira, Presidente da Câmara Municipal de Coruche, fez ao Notícias do Sorraia um balanço da edição 2019 da Bienal de Artes Plásticas de Coruche, salientado que esta é ‘uma bienal diferente, a cada dois anos, nós vamos tentando encontrar motivos diferentes, sendo que a matriz da Bienal é trazer a arte para a rua, isto é, em vez de nós termos um grande salão onde façamos exposições de pintura e instalações de arte, o nosso objectivo é trazer a arte para a rua’, afirmando que este ano, ’isso foi conseguido, porque trouxemo-la para um bairro muito característico do nosso concelho, da sede de freguesia, que é o Bairro Novo e portanto este Bairro Novo que tem uma história associada, de vivências e de actividade económica, nós conseguimos retratar e que trouxe também há memória daqueles que são os residentes todas estas vivências do Bairro Novo.

Esta mostra de artes plásticas tem duas vertentes, a vertente dos artistas plásticos profissionais e uma envolvência da comunidade, facto destacado pelo Presidente do município de Coruche, que refere que terem existido ‘instalações artísticas, permitiu que artistas internacionais estivessem durante um período de tempo a trabalhar a arte, a trabalhar instalações de uma forma criativa, mas também muito científica, que veio valorizar a nossa bienal’, salientando ainda que as ‘envolvências locais, isto é, os desafios que foram feitos ao cidadão individual, às associações, às colectividades, para fazer as mandalas, para fazer os balões associados a Macau, e portanto tudo isto acabou por envolver a comunidade, mas não foi só a comunidade coruchense que se envolveu, foi também a comunidade internacional’, destacando o encerramento da Bienal, com ‘a presença do Dr. Ramos-Horta, como todos sabemos é o prémio Nobel da Paz, é um humanista, um estadista, é de facto uma figura com um saber estar e com uma propriedade para falar daquilo que é a história de Timor associada à presença portuguesa, mas também a ocupação indonésia, a luta pela libertação de Timor, que nos foi contada naquele que foi uma das figuras principais para que isso fosse possível é de facto para nós muito gratificante, porque a envolvência da Câmara, através dos seus técnicos, que tiveram aqui um trabalho preponderante para que estas coisas pudessem acontecer, deixa-nos muito orgulhosos, deixa-nos tão mais orgulhosos ainda, quando nós falamos com as pessoas do Bairro e eles sentem esse orgulho próprio de a arte estar no Bairro Novo, a representar as fachadas das suas casas, as suas ruas e é desta forma que nós vemos a Bienal, de uma forma no sentido artístico, mas também tradicional, que permita a cada um fazer a sua criação, a sua obra’, numa Bienal com um ‘cunho, do relacionamento com os outros, da humanização, da socialização, sempre numa vertente artística, que depois culmina desta forma que é o Dr. Ramos-Horta não conseguir sair da sua ‘pose fotográfica’, para poder assistir ao concerto de encerramento com a Banda da Sociedade de Instrução Coruchense, o que é muito gratificante para todos…’

Questionado se a inclusão da Bienal no Bairro Novo seria uma chamada de atenção para que os coruchenses não deixem morrer um bairro cheio de história, Francisco Oliveira salientou que, ‘nós verificamos que o Bairro Novo tem alguma habitação que está degradada, que está devoluta e desocupada, está também neste momento a ganhar vida, e a Bienal foi também no sentido de chamar à atenção da necessidade de dar vida aos nossos bairros’, ‘vida em termos da recuperação do edificado, vida em termos de novas residências para as pessoas e portanto isso é muito importante, que as pessoas sintam o seu bairro e que as pessoas o tornem mais bonito e atractivo’, destacando que a Bienal é somente uma parte do trabalho que se deverá efectuar por público e privados, ‘a Bienal pode não fazer tudo, mas fez um bocadinho para que o Bairro Novo possa ter nova vida’, dando mesmo o exemplo do que havia acontecido nessa tarde, ‘quando fui almoçar com o Dr. Ramos-Horta estava um almoço de uma geração do Bairro Novo, que se contactaram uns aos outros, que promoveram este almoço e que prometem agora fazer estes encontros mais vezes, de pessoas que estão fora, uns no estrangeiro, outros fora do concelho, mas que se encontraram para vir à Bienal, a esta conversa com o Dr. Ramos-Horta, mas para conversarem um pouco sobre a sua vida e as suas vivências no Bairro Novo’, concluiu o Presidente da Câmara Municipal de Coruche.

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