Alpiarça aprova “orçamento de continuidade” de 15 milhões de euros
27 Novembro 2024, 12:46A Câmara Municipal de Alpiarça aprovou o Orçamento Municipal para o ano de 2025 com votos a favor do Partido Socialista e a abstenção dos dois vereadores da CDU, em reunião extraordinária do executivo, na manhã de quarta-feira, 27 de novembro.
“Apesar de 2025 ser ano de eleições autárquicas, este orçamento é assente nas mesmas premissas dos anteriores, de rigor, transparência e na procura de concretização do que são as várias propostas que vamos tentando concretizar ao longo do ano”, explicou a presidente da Câmara, Sónia Sanfona.
A autarca abordou ainda o incremento de verbas, que faz subir o Orçamento Municipal de 2025 para os 14 milhões de euros, provenientes das transferências de competências do Estado Central e das candidaturas que o Município apresentou a projetos financiados. No documento, segundo a autarca, não estão incluídas as verbas que ainda não estão contratualizadas e garantidas, como o protocolo entre Município, Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo e Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana para a construção de 40 fogos habitacionais de renda acessível, com um valor de 14 milhões de euros.
Em declarações ao NS a autarca define como projetos estruturantes incluídos neste orçamento o Centro de Saúde, que já está em construção; a ampliação da Escola Abel Avelino que permitirá receber todos os alunos do primeiro ciclo, orçado em cerca de um milhão de euros; a criação da creche municipal, que irá nascer na antiga Escola Primária; a reabilitação do antigo edifício dos paços do concelho onde nascerá o Museu do Município, orçado em dois milhões de euros.
A autarca garantiu também que durante o ano de 2025 será lançado o projeto de modernização da Zona Industrial de Alpiarça que se transformará num “parque empresarial moderno”, segundo Sónia Sanfona, que deixou ainda referências à instalação de uma área de serviço para caravanas e a continuação da requalificação viária do concelho.
A oposição comunista lamentou o pouco tempo que teve para analisar o documento em profundidade, com o vereador João Arraiolos a queixar-se de ter recebido o documento apenas “no final do dia de segunda-feira”. Ainda assim deixou críticas ao “aumento da precariedade promovida pelo Município” com o aumento de funcionários em regime de contratos a termo e em regime de tarefa ou avença (recibos verdes), que a autarca justificou com a necessidade de contratar empresas externas em trabalhos pontuais como a elaboração de candidaturas a projetos de financiamento europeu, ou a de funcionários em regime de tarefa para colmatar alguns serviços, explicando que será feito este tipo de protocolo para a contratação de mais um técnico para a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens.
Nota da Redação – Um documento descuidado, com muitos erros e gralhas
O que deveria ser um debate sobre os valores do Orçamento Municipal e os seus projetos, tornou-se um mais num debate sobre os erros e gralhas que o documento apresentava. O vereador da CDU, João Arraiolos apontou uma série de gralhas na nomenclatura de vários pontos do índice, que se referiam a 2024 e não a 2025. Frases mal construídas e lapsos de informação também não faltaram no menu.
A vereadora Margarida Rosa do Céu, que embora tenha renunciado aos pelouros, mas continua associada ao Partido Socialista, deixou uma série de correções no texto. Documentos como a Carta Social, que foi aprovada em março deste ano e que no texto do documento estava referida ainda para aprovação, ou o plano de transportes escolares, também aprovado no decorrer deste ano civil e constava para ser aprovado, alíneas que foram retiradas do documento final referente a 2024 e que este ano voltam a estar presentes, entre outros erros e gralhas apontados pelos demais vereadores, demonstram o grau de displicência com que o documento foi escrito e revisto para ser apresentado numa reunião pública do executivo.
Estas falhas deixam a impressão a quem assistiu a esta reunião, que faltou brio na construção do documento, podendo ficar com a ideia que é o brio que falta na governação do município. Das gralhas e dos erros ninguém está livre, mas é necessário muito mais atenção quando se está a tratar de um dos documentos mais importantes na governação de uma autarquia, se não o mais importante.