11.ª Bienal de Coruche traz trabalho de 10 artistas de 19 de outubro a 3 de novembro

25 Setembro 2024, 18:00 Não Por André Azevedo

De 19 de outubro a 3 de novembro acontece mais uma edição da Bienal de Coruche – Percursos com Arte. São 10 os artistas selecionados nas áreas artísticas de instalação, desenho, pintura, vídeo, fotografia, audiovisual, música e tapeçaria que, a partir de 30 de setembro, integram residências artísticas descentralizadas por todas as freguesias do território.

Em estreita colaboração com as comunidades locais, e com curadoria de André Banha e Carmo Moser, os artistas têm como objetivo refletir a identidade local. O público poderá acompanhar os processos criativos ao vivo e em tempo real, explorando as intervenções artísticas em espaços tão diversos como as florestas, a lezíria, o rio e as paisagens rurais e urbanas de Coruche. A comunidade será também parte ativa através das Envolvências Locais, que promovem a participação de escolas, associações, entidades, artesãos e artistas na criação de projetos colaborativos como o “Salão Arbóreo”, a “Árvore” (Escola Profissional de Coruche) ou a “Floresta”, que desafia os participantes a imaginar e criar árvores autóctones. Este é apenas o arranque de um evento que transforma o Concelho num amplo palco de Arte e criatividade. A organização convida a acompanhar as residências e a testemunhar de perto o diálogo dos artistas com o território, prometendo novidades muito em breve.

A partir de 30 de setembro, os artistas Angelina Nogueira, Antónia Labaredas, Carlos Barradas, Frederico Cordeiro Ferreira, Joana Paraíso, João Farelo, José Eduardo Rocha, Neide Carreira, Susana Cereja e Rossana Pinho Ribeiro imergem nas paisagens e nas histórias do Concelho para a criação de obras inspiradas pelo “Território”, tema central da 11.ª edição da Bienal de Coruche – Percursos com Arte. Através de residências artísticas descentralizadas, que se realizam de 30 de setembro a 13 de outubro por todas as freguesias do Concelho, os artistas propõem criações simbióticas que refletem a identidade local em múltiplos espaços, da floresta do montado às linhas de água, passando pela paisagem urbana de Coruche.

As candidaturas para as Residências Artísticas encerraram a 23 de junho e, a 6 de julho, foram selecionados 10 artistas de um universo de 40 candidaturas, destacando-se pelo cumprimento de critérios de avaliação como mérito, criatividade, inovação e adequação à temática da Bienal. Os projetos, que se espraiam por diversas áreas artísticas, como instalação, desenho, pintura, vídeo, fotografia, audiovisual, música e tapeçaria, serão distribuídos por espaços de criação em várias localidades do Concelho, incluindo na União de Freguesias de Coruche, Fajarda e Erra, e nas freguesias de Biscainho, Branca, Couço, Santana do Mato e São José da Lamarosa.

A organização, a cargo da Câmara Municipal, através do Museu Municipal de Coruche, assegura um “subsídio de produção” no valor de mil euros para cada artista. O subsídio destina-se a cobrir despesas de deslocação, alimentação, aquisição de materiais, montagem e desmontagem das obras. Além do apoio financeiro, a organização fornece alojamento e espaços de trabalho em ambientes propícios à expressão artística. Assumindo-se como espaço de afirmação de talentos e de estimulação da apreciação estética do público, o programa de residências marca o início de uma jornada criativa que culminará numa grande celebração da arte visual entre os dias 19 de outubro e 3 de novembro.

Além das residências, a Bienal oferece um vasto programa que, ao longo de mais de duas semanas, compreende fotografia, cinema, arte urbana, workshops, debates e espetáculos — diversidade de eventos que proporciona ao público uma experiência rica e variada de contacto com a arte contemporânea. A Bienal desenvolve ainda as Envolvências Locais, que desde 2013 aproximam a comunidade de um projeto artístico comum. A iniciativa envolve escolas, associações, fotógrafos, artesãos e artistas em torno do tema “A floresta enquanto legado natural e o abrigo das gentes, da fauna e da flora”, prevendo-se a concretização da instalação “Floresta” e a produção de peças “Art Eco”. Merecedora de particular destaque, a iniciativa “Floresta” desafia os participantes a utilizar técnicas artísticas livres para imaginar e criar árvores autóctones numa celebração da biodiversidade e da herança natural de Coruche. O projeto visa não apenas a criação artística, como também a sensibilização para a importância da preservação do ambiente e da identidade natural da região.

Realizada desde 2003, a Bienal de Coruche – Percursos com Arte tem promovido o diálogo entre artistas visuais e as comunidades locais, promovendo a articulação simbiótica entre o objeto artístico e o espaço envolvente. Integrando as obras no meio natural, urbano e arquitetónico, e procedendo à adaptação de espaços interiores, o evento enriquece a experiência estética do público, aproximando-o da Arte contemporânea através de uma variedade de iniciativas paralelas. Nesta 11.ª edição, a Bienal reafirma o seu compromisso com a vinculação das obras ao contexto local, promovendo criações que resultam da conexão paisagística, social, afetiva e cultural da região, contribuindo para o desenvolvimento de novas linguagens visuais, plásticas e poéticas.

Cada elemento do território desempenha um papel crucial no desenvolvimento artístico desta Bienal, refletindo a riqueza humana, cultural e paisagística de Coruche, naturalmente inspiradora de produção artística. Vinculada ao tema “Território”, esta edição não só descentraliza as atividades artísticas, como também estabelece pontes entre criadores e comunidades locais, reforçando uma já longa tradição de diálogo entre Arte e espaço público. Com curadoria de André Banha e Carmo Moser, a Bienal de Coruche permanece em 2024 um espaço privilegiado de afirmação de novos talentos e de estímulo à apreciação estética, convidando a mergulhar em experiências únicas de (re)descoberta e expressão artística. Coruche é, mais uma vez, Vila de Arte residente e a céu aberto.

Para informações complementares deve contactar-se a comissão organizadora da Bienal de Coruche, com sede no Museu Municipal de Coruche.

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