Aluno de 12 anos semeia terror em escola de Azambuja. Esfaqueia seis colegas e deixa uma em estado grave
17 Setembro 2024, 15:29Dinis, um jovem aluno do sétimo ano da Escola Básica 1, 2 e 3 de Azambuja, com 12 anos de idade, esfaqueou seis colegas, num ataque que aconteceu durante a hora de almoço e dentro do recinto escolar, na terça-feira 17 de setembro.
O alerta para o ataque foi dado pelas 14h00, e todos os alunos foram evacuados para o exterior. O ataque foi detido pela funcionária conhecida por “dona Fátima”, que conseguiu acalmar Dinis e fazer com que ele parasse de atacar os colegas e largasse a faca.
Segundo relatos de alunos que assistiram ao ataque, o agressor estava no primeiro andar da escola quando começou a atacar os colegas. Cauã Paraíso, um jovem de 11 anos disse ao NS ter visto Dinis espetar a faca nas costas de uma das vítimas, tentando de seguida atacar outro colega que o conseguiu empurrar e evitar os golpes do agressor.
De acordo Cauã, o agressor, que não era seu colega de turma, terá no ano letivo passado afirmado que era ninja “e andava a esconder-se das pessoas”.
Outra jovem, Núria, de 12 anos, estava na biblioteca quando começou a ouvir gritos e dirigiu-se ao corredor e diz ter visto o agressor perseguir uma prima para a esfaquear. A aluna voltou a refugiar-se no interior da biblioteca, tendo uma professora trancado a porta. A jovem contou ao NS que as vítimas e Dinis eram amigas. A jovem que Dinis esfaqueou nas costas era vista muitas vezes a brincar com ele.
Segundo o NS apurou, foram esfaqueadas cinco alunas entre os 10 e os 14 anos e um aluno. O jovem foi golpeado cinco vezes. Uma das vítimas femininas foi transportada em estado grave para o Hospital de Santa Maria com lesões no externo que inspiravam maiores cuidados, mas segundo o presidente da Câmara da Azambuja, Silvino Lúcio, não corre perigo de vida. As restantes vítimas foram transportadas para o hospital de Vila Franca de Xira com ferimentos considerados leves.
Segundo confirmaram as autoridades e o presidente da câmara, o jovem envergava um colete tático de estilo militar e à prova de balas, o que pode ser um indicativo que tenha havido premeditação do ataque. Ainda não foi possível apurar a proveniência da arma utilizada nem os motivos que levaram o jovem a cometer este ataque.
Silvino Lúcio garantiu que vão ser reforçadas as patrulhas da GNR na zona das escolas. A escola secundária de Azambuja fica a cerca de 100 metros da escola onde ocorreu o ataque.
O futuro próximo do jovem será decidido pelo Tribunal de Menores e Família. No imediato ainda não há qualquer informação por parte das autoridades sobre o que acontecerá no imediato ao jovem.
Para o local foram mobilizados para além da GNR e da PJ, meios dos bombeiros de Azambuja, Alcoentre e da Cruz Vermelha assim como psicólogos do INEM e a equipa da psicologia da Câmara Municipal de Azambuja.
O agressor, de nacionalidade portuguesa, é filho de uma professora de Ensino Especial que leciona numa escola do concelho e de um segurança privado.
Jovem envolveu-se em várias situações de bullying
Segundo relatos de vários colegas com quem o NS conseguiu falar, Dinis era conhecido por se envolver em várias situações de bullying e agressões, tanto como vítima como agressor.
Situações destas são regulares naquela escola segundo os relatos de vários pais e alunos com quem o NS falou, mas preferiram manter o anonimato. Um dos pais referiu que o seu educando foi várias vezes vítima de injúrias e agressões na escola e que quando alertou a direção estas situações foram desvalorizadas.
Outra mãe referiu ao repórter do NS que situações de assaltos e roubos também são recorrentes na escola, que fica mesmo ao lado de um bairro social problemático.
A direção da escola recusou-se a prestar declarações aos jornalistas, uma vez que, segundo o presidente da Câmara Silvino Lúcio, houve indicações do Ministério da Educação, Ciência e Inovação para que os membros da direção se mantivessem em silêncio.
Duas alunas já tiveram alta
De acordo com a Unidade de Saúde do Estuário do Tejo (ULS Estuário do Tejo), pelas 21.15 horas, duas das alunas que deram entrada no Hospital de Vila Franca de Xira já tiveram alta hospitalar, mantendo-se “em vigilância nos Serviço de Pediatria”, uma menina e um menino.
A ULS Estuário do Tejo informa ainda que “disponibilizou apoio psicológico quer aos familiares, quer às crianças.”
“Foi também disponibilizada, pelo presidente do Conselho de Administração da ULSTEJO, quer ao presidente do Município de Azambuja, quer à direção da Escola, uma equipa de psicólogos clínicos para prestar apoio imediato à comunidade escolar da Escola Básica de Azambuja”, salienta a unidade hospitalar.
(Foto: Sónia Ferreira)