Relação entre Igreja e Arquitetura debatida em Fátima

27 Agosto 2024, 16:04 Não Por Lusa

A relação entre Igreja e Arquitetura é o ponto de partida para a 18.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura, que, em 14 de setembro, vai debater, em Fátima, o “Edificar hoje a casa de Deus na cidade terrena”.

Promovido pelo Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, o encontro pretende reunir, ao longo de um dia de trabalhos, especialistas como Álvaro Siza Vieira, para, segundo a organização, “discernir as motivações e intuitos, realizações e carências da arquitetura religiosa contemporânea no atual contexto da pragmática das artes”.

Além do arquiteto Siza Vieira, o painel de participantes integra professores universitários como Bernardo Pizarro Miranda, Joana Brites ou João Luís Marques, bem como Marco Daniel Duarte, doutorado em História de Arte e diretor do Departamento de Estudos do Santuário de Fátima.

A Jornada da Pastoral da Cultura, que decorrerá na Domus Carmeli, próxima do Santuário de Fátima, será aberta por José Carlos Seabra Pereira, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), e terminará com a intervenção do bispo do Funchal, Nuno Brás, presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

A relevância do papel da Igreja na arte e na arquitetura é sublinhada num texto do cardeal Gianfranco Ravasi, presidente emérito do Pontifício Conselho para a Cultura no Vaticano, publicado este mês na página do SNPC na internet, no qual afirma que “sem a espiritualidade e a liturgia cristãs, a história da arquitetura teria sido bem mais pobre”.

“Pensemos apenas na nitidez das basílicas paleocristãs, no requinte das bizantinas, na monumentalidade do românico, na mística do gótico, na luz solar das igrejas renascentistas, na sumptuosidade das barrocas, na harmonia dos edifícios sagrados setecentistas, no neoclassicismo do século XIX, para chegar à sóbria pureza de algumas realizações contemporâneas (…)”, escreve o cardeal, concluindo que “há, portanto, no cristianismo uma celebração constante do espaço como sede aberta ao divino, partindo precisamente desse templo supremo que é o cosmo”.

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