Canábis das Lezírias Ribatejanas termina em Benavente com 8 Milhões de dívidas e empresa liquidada

A VF 1883 Pharmaceuticals que em 2019 anunciava a sua chegada a Benavente, prometendo numa primeira fase empregar 250 pessoas, e 600 a longo prazo, naquele que seria o maior projeto nacional de exploração de canábis medicial localizado em 260 hectares Herdade do Porto Seixo, está em falência, e os seus bens estão a ser leiloados por pouco mais de 100 mil euros.

Dos empregos anunciados, e de acordo com o Jornal de Negócios, a empresa tem apenas quatro, deixando ainda um rasto de dívidas, numa lista de 83 credores, entre eles o senhorio José António Inácio, que reclama 192.077 euros.

De acordo com a mesma fonte, a A VF 1883 Pharmaceuticals faliu com dívidas de cerca de 7,9 milhões de euros, entre Segurança Social, Autoridade Tributária, Bancos e outras entidades.

O projeto da VF 1883 Pharmaceuticals, que foi inclusive aprovado pelo Infarmed, contemplava a instalação de seis estufas de produção, dez pavilhões de secagem e várias estruturas de apoio, muitas das quais não chegaram a ser edificadas.

Detida em grande parte por uma multinacional canadiana, a VF 1883 Pharmaceuticals “desde o seu início sempre manifestou dificuldades em comercializar o seu produto ou ter produção relevante por forma a rentabilizar a sua atividade e fazer face a todos os seus encargos, despesas ou até mesmo obrigações que assumira”, lê-se no relatório do gestor judicial da empresa, a que o Jornal de Negócios teve acesso, cuja insolvência foi requerida por uma das suas credoras, a Fluxoterm – Climatização.

“Não obstante os investimentos que foram levados a cabo, a devedora nunca se conseguiu implementar no mercado”, informa ainda o relatório apresentado pelo administrador de insolvência.

As plantas produzidas pela empresa nas instalações de Benavente “não apresentava qualquer valor comercial”, pelo que a empresa procedeu à sua destruição, nos seus diversos estados, terminando assim o “rasto” do canábis da Lezíria Ribatejana.

A insolvência da empresa acabou por ser decretada em setembro do ano passado, estando agora em fase de liquidação, cm uma dívida de 7,9 Milhões de euros e património, que inclui estufas, trator, cisterna, depósitos, equipamentos, armazém e casas pré-fabricadas de 102.050 euros.