Trabalhadores da Nobre marcam novas greves para 28 de junho e 31 de julho

15 Junho 2023, 15:21 Não Por Lusa

Os trabalhadores da Nobre Alimentação, em Rio Maior, decidiram hoje avançar para mais dois dias de greve, no próximo dia 28 e a 31 de julho, face à ausência de resposta da empresa às suas reivindicações, disse fonte sindical.

Diogo Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura, Alimentação, Bebidas e Tabaco (SINTAB), disse à Lusa que nos dois plenários realizados de manhã, que contaram com a presença de cerca de 300 trabalhadores, a decisão de avançar para a greve foi unânime.

Segundo afirmou, a mesma postura é esperada nos dois plenários marcados para a tarde de hoje, o primeiro, a partir das 15:00, com os trabalhadores da logística, e o segundo, às 17:00, com os do último turno da parte fabril, sendo que o segundo plenário da manhã contou com a presença da secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP Intersindical), Isabel Camarinha.

Na última greve, realizada em 28 de abril, os trabalhadores aprovaram uma moção dando à empresa um prazo de 30 dias para terem uma resposta às suas reivindicações, declarando-se, já então, determinados a “voltar à luta”, caso não fossem iniciadas negociações.

Diogo Lopes disse à Lusa que a administração da Nobre manteve “a mesma postura”, não tendo sequer reunido com os sindicatos.

Os trabalhadores, que fizeram greve, pelos mesmos motivos, em 08 de março de 2017 e, este ano, a 09 de fevereiro e 28 de abril, exigem o aumento dos salários, a diferenciação por categorias profissionais, 25 dias de férias, 35 horas de trabalho semanal, direito ao dia de aniversário e diuturnidades.

No final de maio, os trabalhadores europeus do grupo mexicano Sigma, que detém a Nobre Alimentação, em Portugal, manifestaram “repúdio e indignação” pela postura da administração da empresa instalada em Rio Maior (Santarém), declarando-se solidários com as reivindicações dos trabalhadores portugueses.

“Ao tomar conhecimento de que a empresa Nobre atualizou o subsídio de alimentação em apenas 70 cêntimos nos últimos 14 anos e rejeitou todas as propostas apresentadas no caderno reivindicativo dos trabalhadores, manifestamos o nosso total repúdio e indignação”, afirmava a moção aprovada numa reunião do Comité de Empresa Europeu do Grupo Campofrío, realizada em 29 de maio em Madrid.

Os trabalhadores das empresas do grupo situadas na Europa declararam-se “profundamente preocupados” com a postura da administração da Nobre, salientando que a Sigma, “líder mundial em produtos alimentares”, tem “um compromisso com a justiça e a valorização dos seus trabalhadores em todas as suas operações”.

Manifestavam, ainda, “consternação” com o facto de, mesmo depois da greve realizada no passado dia 28 de abril, a empresa continuar sem responder às reivindicações dos trabalhadores.

Questionada pela Lusa aquando da greve de abril, a Nobre Alimentação disse estar “sempre atenta às necessidades” dos “colaboradores e da empresa”, as quais discute com os sindicatos, “de forma positiva e transparente”, em “reuniões frequentes”.

“Reiteramos o nosso compromisso de disponibilidade para dar continuidade às reuniões regulares e, juntos, olharmos para o caminho a seguir”, afirmava a empresa.

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