Empresas de Salvaterra produzem arroz com poupança de 45% de água

O que começou por ser um “sonho” de António Gastão, um dos administradores da Magos Irrigation Systens, empresa de Salvaterra de Magos, provou que é possível cultivar e produzir arroz de qualidade, poupando cerca de metade da água que até aqui se utilizava.

A conclusão foi apresentada esta quinta-feira, com a divulgação dos resultados do ensaio da plantação de arroz, regado com o sistema gota-a-gota, que envolveu também a Orivárzea, bem como outras empresas especialistas em agricultura.

Com início a 19 de Maio e fim cerca de cinco meses depois, o ensaio da cultura de arroz com rega gota-a-gota teve lugar em quatro hectares de uma parcela de terreno em Pancas, na freguesia de Samora Correia, onde foram utilizados os equipamentos de rega mais desenvolvidos actualmente no mercado.

“A poupança de água esteve até acima do esperado”, disse António Gastão. Numa parcela de terreno desta dimensão, pelo método tradicional são utilizados cerca de 15 mil metro cúbicos de água, com a rega gota-a-gota foram utilizados 8.311 metros cúbicos, o que revela uma poupança de 45% na água utilizada.

A produção foi também bastante satisfatória, e em qualidade até acima do esperado, revelando António Madaleno, administrador da Orivárzea que se registou uma taxa de 62% de grãos inteiros, considerando este que existiu de facto uma “redução significativa da necessidade de água”, o que é também importante no controlo dos custos de produção.

Em declarações ao NS, António Gastão afirmou que “acredito que isto (arroz com rega gota-a-gota) será o futuro”, acrescentando que esta ideia que nasceu de um sonho seu e concretizado com o apoio de vários parceiros da Magos Irrigation Systens terá continuidade no próximo ano. “Vamos pegar na experiência deste ano e ver o que podemos corrigir e melhorar para o ano”, disse.

Com a seca e a poupança de água na ordem do dia, o empresário acredita que “o futuro passa pela boa utilização da água”, “vamos continuar a ter restrições e o futuro vai passar por aqui, pelo eficiente uso da água também na agricultura”, refere.

“Temos a certeza que no próximo ano, com a mesma equipa, na mesma área, vamos repetir a experiência com certeza”, afirma, concluindo lançando um desafio a “quem se quiser juntar a nós, ou quiser também fazer a experiência, estamos de portas abertas”.