Caso Coruchense teve segunda sessão com empresário a negar plano para tirar proveito de jogadores estrangeiros

9 Dezembro 2020, 21:11 Não Por Redacção

O Tribunal de Coruche recebeu esta quarta-feira, 9 de Dezembro a segunda sessão do julgamento do “Caso Coruchense”, em que o clube e antigos dirigentes são acusados de retirar proveitos da vinda de jogadores estrangeiros para o clube.

O empresário de jogadores, Carlos Silva que prestou depoimento, negou ter “engendrado um plano”, com dirigentes do Grupo Desportivo Coruchense, para trazer para Portugal jogadores estrangeiros e com isso obterem proveitos económicos.

Carlos Silva, funcionário da Autoridade Tributária e Aduaneira, disse ao tribunal que trabalhava para a Strong Sports por possuir licença da Federação Internacional de Futebol (FIFA) para ser intermediário de jogadores, confirmando que colocou quatro futebolistas estrangeiros no Coruchense na época de 2015, afirmando ainda que por indicação de José Peseiro, treinador de futebol natural de Coruche, estabeleceu contactos com o Grupo Desportivo Coruchense (GDC) por saber que, tendo subido ao campeonato nacional, precisavam de jogadores.

Segundo disse, três dos jogadores em causa, dois brasileiros e um senegalês, já estavam a jogar em Portugal anteriormente, enquanto o guineense Malam Fati, para o qual o Marítimo da Madeira havia emitido uma carta convite na época anterior, acabou por ingressar no Coruchense porque o visto foi emitido nove meses depois, quando aquela equipa já estava completa.

Carlos Silva negou que os jogadores fossem trazidos para Portugal como se viessem integrar um programa de estágios da Strong Sports, como consta da acusação do Ministério Público, e garantiu que todo o processo de contratação e legalização cabia às entidades empregadoras, não tendo aí qualquer intervenção.

O agente afirmou que a colocação de jogadores em clubes deste nível não gera qualquer rendimento, tendo declarado que, pelo contrário, gerava custos, dando como exemplo o ter adquirido botas de futebol e caneleiras, na ordem das centenas de euros.

Questionado sobre então qual era a vantagem de angariar jogadores, Carlos Silva afirmou que o objetivo é conseguir colocar futebolistas em clubes grandes, aí sim, recebendo uma percentagem da contratação.

Garantindo que, no caso em julgamento, agiu ‘pro bono’, Carlos Silva afirmou que, devido a este processo, deixou de ser empresário de futebol.

Tal como haviam declarado o ex-presidente do GDC Dionísio Mendes e o antigo tesoureiro e diretor desportivo Carlos Neves, também Carlos Silva mostrou incompreensão com a ação inspetiva realizada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) em 22 de setembro de 2015, que esteve na origem do processo.

A próxima sessão está agora agendada para dia 16 de Dezembro.


Redacção com Agência Lusa

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