População de Vaqueiros debateu retirada de açudes do Alviela

10 Fevereiro 2025, 12:52 Não Por André Azevedo

A população de Vaqueiros, concelho de Santarém, e das aldeias ribeirinhas em redor juntaram-se para, mais uma vez, debater a retirada de barreiras físicas e açudes obsoletos do curso do rio Alviela.

A sessão, organizada pelo Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), responsável pelo projeto que visa devolver a naturalidade ao rio, decorreu no Café Alviela, na tarde de domingo 9 de fevereiro.

Depois de serem pioneiros na retirada do primeiro açude, localizado em Vaqueiros, no ano de 2023, a GEOTA está agora a estudar a retirada de outros açudes, estando para isso a realizar sessões de debate junto das populações entre outros estudos.

“Serão retirados apenas açudes que não tenham qualquer função económica, social ou ambiental”, garantiu Lígia Figueiredo, arquiteta paisagística e uma das responsáveis do projeto.

Estas barreiras trazem vários problemas ao rio, especialmente no que é a livre circulação que deve existir de água, fauna e sedimentos, explicou Lígia Figueiredo ao NS.

Foram vários os populares a mostrarem-se contra a retirada de mais açudes, muito pelo receio que estas intervenções causem uma queda vertiginosa na cota de caudal do rio. Este medo afeta sobretudo os pequenos agricultores com culturas nas margens do Alviela, que alimenta os poços freáticos que usam para regar as suas culturas.

Relativamente ao receio apresentado pela população, Lígia Figueiredo explica que manter o caudal sempre à mesma cota pode ser prejudicial para a fauna e flora dos ecossistemas ribeirinhos. A arquiteta garantiu ao NS que estão a estudar os impactos diretos da demolição destes açudes nas cotas de caudal e que “é uma preocupação constante” nestes estudos, relembrando que o caudal do rio varia conforme a pluviosidade e a estação do ano.

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