Turismo impulsiona economia da Golegã

23 Janeiro 2025, 11:35 Não Por João Dinis

 A economia na vila da Golegã tem tido nos últimos anos um novo fulgor, sendo fortemente impulsionada pelo turismo, que nas suas mais variadas vertentes como equestre, gastronómico, de natureza e literário, tem levado milhares de pessoas ao concelho.

O melhor reflexo da aposta levada a cabo nos últimos anos pelo Município da Golegã, foi o facto de em 2024 o concelho ser, na Lezíria do Tejo, aquele que regista mais camas por 100 habitantes, “tendo-se verificado um aumento de 30% de novos registos nos últimos 4 anos.”

De acordo com os dados fornecidos pelo Município da Golegã, 2024 foi mesmo um ano de receitas recordes, com um crescimento de receitas de 41% no Parque de Campismo e de 37% na Casa-Estúdio Carlos Relvas de 37%, em relação aos melhores números pré-pandemia. 

“Este dinamismo gera confiança suficiente nos operadores privados para investirem na Golegã, como são exemplos o projeto de expansão do Hotel Lusitano e o Projeto do Vila Galé para Reabilitação da Quinta da Cardiga, num investimento previsto de 20 milhões de euros”, salienta a autarquia presidida por Carlos Camilo.

No setor do turismo equestre, atualmente a Golegã é muito mais que a Feira Nacional do Cavalo, destacando-se igualmente as mais de 20 competições equestres que levam ao território “milhares de pessoas que pernoitam e frequentam o comércio local e restauração da Vila e dos concelhos limítrofes, dinâmica que justificou o lançamento do primeiro Concurso de Dressage Internacional da Golegã, que se irá realizar entre 25 e 27 de abril de 2025.”

A Reserva Natural do Paul do Boquilobo e o Turismo Literário são outros dos atrativos turísticos da Golegã, sobretudo o ligado à obra de José Saramago, prémio Nobel da Literatura, natural da freguesia da Azinhaga, que ganha cada vez mais “uma forte importância nesta dinâmica, a que se junta o turismo religioso, com a passagem diária de dezenas de peregrinos pelo Caminho de Santiago.”

A Câmara Municipal da Golegã salienta ainda que tomou diversas medidas para a valorização da atividade turística, como a abertura da Casa-Estúdio Carlos Relvas aos sábados e domingos, com a criação de uma agenda cultural estruturada e amplamente divulgada, sustentada na marca VisitGolegã, criada em 2022 e associada a uma plataforma online de divulgação dos produtos turísticos públicos e privados disponíveis no concelho, bem como através de uma programação estruturada e regular nos museus e bibliotecas, que permite a realização de dezenas de oficinas, para todos os públicos, ao longo do ano.

Apoio às associações fortalece turismo

O Município da Golegã considera que o reforço nas transferências diretas para as Associações, que aumentou 60% em relação ao mandato anterior, “contribuiu para que haja uma atividade realizada por estas entidades de uma forma sistemática, sendo este mais um motivo de atratividade para os turistas que nos visitam.” 

Atualmente todas as freguesias do concelho recebem um evento de maior relevância, de onde se destacam o investimento no evento Olé Golegã, com a atribuição de uma apoio monetário substancial para a realização do certame, no apoio ao Dia Medieval do Pombalinho, e na criação de dois novos eventos de dimensão regional, o Festival da Biosfera em 2022, com valorização de produtos endógenos como o peixe do rio, o vinho e o azeite, e a criação do Festival do Campino em 2023, com exaltação de um dos maiores símbolos vivos do Ribatejo, bem como a integração da programação cultural em rede VOLver, em articulação com os Municípios de Torres Novas e Vila Nova da Barquinha, “que promoveu um conjunto significativo de ações que se desenvolveram nestes territórios, com partilha de recursos e expansão da divulgação.“ 

No âmbito da Feira Nacional do Cavalo, “para além de ter sido alcançada a sustentabilidade financeira do certame”, “o evento subiu de patamar, batendo todos os recordes de participações de cavaleiros e cavalos, com um aumento de 20% nos últimos 4 anos, bem como de espaços de venda ao público, com 214 expositores, sendo a primeira vez que registámos mais de 200 expositores de comerciantes em atividade, num evento onde criámos também o Palco Tradição, que cumpre o nosso objetivo de divulgação e promoção da cultura local e regional, com amostras das diferentes componentes do mosaico cultural nacional e que encontram na Feira um palco para o mundo”, salienta a autarquia, que acrescenta que está em curso uma candidatura da F.N.C. a Património da Humanidade, reconhecido pela UNESCO, “para preservar a nossa tradição e identidade, valorizando o nosso território e a nossa cultura, o que permitirá divulgar ainda mais o nosso ex-líbris.” 

“Essencial para esta dinâmica tem sido o cimentar de fortes redes de parceria, que têm permitido promover toda a nossa potencialidade”, refere a autarquia, destacando as parcerias com Entidades como a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo, o ICNF, as CCDR, as Federações Desportivas e os Municípios “com quem trabalhamos em rede, fator fundamental e que permite uma alavancagem nos nossos principais eventos, mas igualmente na divulgação do nosso território.”

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