Casa Pia confia na permanência na I Liga e em Rio Maior
22 Janeiro 2025, 15:14O Casa Pia confia na permanência na I Liga de futebol e em Rio Maior, onde joga transitoriamente pela segunda época, disse hoje o responsável dos lisboetas, na apresentação do impacto económico dos jogos na cidade ribatejana.
Numa iniciativa em que a receção ao Benfica, marcada para sábado, para a 19.ª jornada do campeonato, foi ‘esquecida’, o diretor executivo do Casa Pia, Tiago Lopes, escusou-se a rever em alta os objetivos do clube, atual sexto classificado, fixando-os na manutenção no principal escalão pelo terceiro ano seguido.
“Ainda esta semana, depois do jogo com o Boavista, fizemos o natural balanço, com toda a equipa técnica e com os atletas, e o nosso objetivo continua a ser o próximo treino e o próximo jogo, tem sido sempre esse o nosso desígnio, portanto, não existe qualquer objetivo europeu. Temos ainda muito por fazer e, até estrategicamente, não é prudente pensarmos noutro objetivo que não seja a permanência”, afirmou Tiago Lopes.
O Casa Pia cumpriu o 100.º jogo no primeiro escalão do futebol nacional no triunfo no terreno do Boavista, por 3-2, na segunda-feira, no sexto encontro seguido sem perder para o campeonato, ascendendo ao sexto lugar, com 27 pontos, a sete do Sporting de Braga, quarto e primeiro numa vaga ‘europeia’.
A formação lisboeta regressou 83 anos depois ao principal escalão em 2023/24, disputando em Rio Maior os jogos em casa, face à necessidade de obras no Estádio Pina Manique, em Lisboa, e seguindo o regime transitório do Regulamento de Competições da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), que permite, “transitoriamente, e pelo período máximo de duas épocas desportivas, indicar um estádio que possua a lotação mínima de 2.500 lugares sentados como estádio principal onde se realizarão os jogos por si disputados na condição de visitado”.
“Esta época será uma época de afirmação, porque os resultados vão ser ainda melhores do que na época passada, seguindo uma continuidade crescente e queremos, obviamente, em Rio Maior, até o [Estádio] Pina Manique ser renovado e eu penso que essa norma pode ser transitada para uma nova época”, acrescentou o responsável do clube.
Tiago Lopes esteve presente na apresentação do estudo ‘Impacto económico de eventos desportivos em Rio Maior’, sobre os 17 jogos da edição 2023/24 da I Liga disputados pelo Casa Pia no estádio da cidade ribatejana, coordenado por Alfredo Silva, da Escola Superior de Desporto local.
O presidente da Câmara Municipal, Filipe Santana Dias, enalteceu a crescente ligação do concelho ao emblema casapiano, que reforça o desígnio de Rio Maior como ‘Cidade do Desporto’, assumindo o “desafio muito grande” de fazer deste o concelho com mais prática desportiva per capita do país.
Nesta investigação, foi calculado que os 53% dos espetadores residentes fora do concelho, do total de 45.173, gastaram em média 22,4 euros por cada jogo, num total de 667.435,58 euros – 39.260,92 euros por cada encontro –, sendo a maioria (53,1%) em refeições e bebidas.
Em 2023/24, o Casa Pia foi o 15.º clube com mais assistência (45.173 espetadores em 17 jogos, com uma média de 2.657 por jogo), correspondendo a uma ocupação de 38,06% da capacidade do estádio – pior percentagem entre os 18 emblemas do principal escalão.
Na presente temporada, sem que ainda tenha sido anfitrião de nenhum dos três ‘grandes’, nem do Sporting de Braga, o Casa Pia segue no 18.º e último lugar na estatística relativa aos espetadores, com o total mais baixo (11.449), a pior média (1,272) e a mais reduzida taxa de ocupação (18,22%).
Ainda de acordo com o estudo, a Desmor investiu 372.428,81 euros para acolher estes encontros, representando 45,3% do total de investimento, calculado em 822.532,81 euros, referindo que, por cada euro gasto pela empresa municipal que gere os equipamentos desportivos da cidade o retorno para a economia local tenha sido de 1,79 euros.
À margem desta apresentação, o diretor executivo do Casa Pia calculou em 15 milhões de euros (ME) o custo da renovação do Estádio Pina Manique, cujo projeto de arquitetura está aprovado, tendo previsto em 12 meses a fase de construção, que pode arrancar até ao fim desta época.
Tiago Lopes reconheceu que a transferência do médio venezuelano Telasco Segóvia, para os norte-americanos do Inter Miami, com uma receita de 2,5 ME para os casapianos, segundo a imprensa desportiva, foi “essencial” para equilibrar as contas da sociedade desportiva, que, de acordo com o dirigente, está recetiva à integração de um novo investidor como parceiro estratégico.