Falta de mão-de-obra pode ser o principal obstáculo à construção do Aeroporto no Campo de Tiro
16 Dezembro 2024, 20:15A ANA Aeroportos apresenta esta terça-feira ao Governo, o relatório inicial sobre o novo Aeroporto Luís de Camões, que irá ser construído no espaço agora ocupado pelo Campo de Tiro da Força Aérea, na freguesia de Samora Correia, e apesar das expetativas otimistas do Governo e da Comissão Técnica Independente, a obra que se estima possa vir a ter um período de construção de dez anos, pode ir muito para lá disso, sobretudo pela falta de mão-de-obra, que já se verifica atualmente, e está inclusive a atrasar algumas das obras do PRR.
De acordo com várias informações difundidas ao longo do dia de hoje, a ANA irá apresentar um documento que irá tentar encurtar ao máximo os prazos “administrativos”, que ainda assim são sempre longos, sobretudo no que diz respeito à Declaração de Impacte Ambiental, passível de vários recursos e impugnações e as restantes licenças necessárias para a edificação da infraestrutura.
Ainda assim parece ser a mão-de-obra o principal obstáculo a enfrentar pela ANA Aeroportos, sobretudo se tivermos em conta as mais recentes declarações do presidente da Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), Manuel Reis Campos, que considerou mesmo a falta de trabalhadores “um sério problema, com previsíveis impactos nos prazos de execução das obras”.
O relatório da Comissão Técnica Independente aponta para um custo de 6.105 milhões de euros, para a construção de duas pistas no novo Aeroporto, cujo custo deverá ser suportado pelas taxas aeroportuárias e extensão da concessão da ANA.
Após esta terça-feira, o Governo terá trinta dias para “confirmar por escrito à concessionária se pretende que esta prepare a candidatura ao Novo Aeroporto de Lisboa (NAL)”, tendo depois a ANA Aeroportos 36 meses para apresentar a candidatura completa ao novo aeroporto, processo que prevê um conjunto alargado de documentos, como o Relatório das Consultas, o Relatório sobre o Local Selecionado, um Estudo de Impacte Ambiental, o Relatório Técnico e o Relatório Financeiro.
Após a aceitação do relatório por parte do Governo na altura, segue-se mais um ano para a formalização dos documentos para o arranque da obra, que deverá demorar mais quatro anos, prazo estimado.