Golegã quer Feira do Cavalo como Património da Humanidade

1 Dezembro 2024, 14:49 Não Por João Dinis

A Câmara Municipal da Golegã quer a Feira Nacional do Cavalo como Património Cultural da Humanidade, e deu já os primeiros passos para apresentar a candidatura a Património Cultural Imaterial de Portugal, anunciou este sábado o Vice-presidente da autarquia, Diogo Rosa.

O anúncio foi feito durante a reinauguração do Cine-Teatro Elisa Tavares Bonacho, com o autarca a referir que o certame se tornou rentável, desde 2022, e pretende agora dar um passo que marcará certamente a importância nacional e internacional da Feira Nacional do Cavalo, que anualmente, no mês de novembro, leva milhares de pessoas à Vila Ribatejana.

Ao NS, Diogo Rosa começa por salientar que “a Feira do Cavalo é um certame único e que congrega milhares de pessoas, se não mesmo milhões. É reconhecido pela Entidade Regional de Turismo como o maior evento da nossa região, Alentejo – Ribatejo”, “e quem sabe, pois não há forma de medir por ser uma feira franca, mas será dos maiores, se não o maior evento do nosso país”, fazendo com que “visitantes de todo o mundo se juntem em volta do universo do cavalo.”

“Aqui temos, desde há muitos séculos, há mais de 450 anos, um certame que atrai milhares de pessoas de todo o mundo”, destaca, acrescentando que “neste momento vêm visitantes de todo o mundo, que se juntam em volta do universo do cavalo, seja para os verem a ser montados, ou para os comprar, principalmente o cavalo lusitano, que tem características únicas”.

“Achamos que por este facto, as milhares de pessoas que estão envolvidas, pela conjugação perfeita que existe entre o animal a conviver com as pessoas na rua de uma forma tão harmoniosa é algo que temos que preservar”, diz-nos Diogo Rosa, que pretende também que a possibilidade da inscrição como Património Cultural Imaterial de Portugal, e posteriormente a candidatura à UNESCO, possam também ser importante para preservar “a forma de montar, o traje da equitação e o evento em si”, pelo que “decidimos então a Direção da Associação Feira Nacional do Cavalo e Município fazer uma candidatura conjunta que faça com que a UNESCO reconheça essa qualidade.”

Sobre a rentabilidade da Feira Nacional do Cavalo, conseguida desde 2022, depois de anos consecutivos em que o Município tinha que transferir dinheiro para a Associação que a organiza, Diogo Rosa esclarece que “a feira é organizada pela Associação Feira Nacional do Cavalo, que é uma entidade própria em parceria com o município”, “durante muitos anos a associação deu prejuízo, portanto, os resultados líquidos eram negativos.”

Nos últimos dois anos o certame “passou então a ter resultados positivos e com algum relevo financeiro”, diz-nos o Vice-presidente da autarquia, que acrescenta que os resultados financeiros permitiram “que pudéssemos apresentar às entidades bancárias um plano de negócios que prevê-se a aquisição do terreno para a expansão da Feira do Cavalo que aconteceu este ano.”

“Esse investimento é muito importante também para a melhoria das condições de visitação e também para o retorno financeiro que pretendemos alcançar”, destaca.

Diogo Rosa esclarece ainda que “pela primeira vez desde há muitos anos, o ano passado não foi necessário haver qualquer verba transferida do município para a Associação Nacional do Cavalo”, realçando que “estes números não são manipulados, ou seja, não só não passámos despesas que estavam na associação para o município, como, pelo contrário, o orçamento alocado da organização da Feira do Cavalo aumentou, recebemos mais dinheiro, mas também investimos mais no evento, nomeadamente na segurança, limpeza de ruas, entre outras melhorias que foram implementadas e que são essenciais para que o evento continue a crescer.”

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